Às vezes eu me surpreendo com certas pessoas, e isso é muito difícil de acontecer, porém, eu tinha me esquecido como é bom viver uma coisa inesperada e sentir uma sensação nova. O próprio ser humano de tanto ser machucado e pisoteado aprende a se fechar por si só, aprende a desconfiar de tudo que lhe é dado como presente, aprende a não confiar em ninguém que já te machucou, em alguns casos o coração vira uma pedra onde ninguém, nem com a maior e mais poderosa espada pode chegar, já no meu, machucar essa pessoa até que ela sinta o tanto que eu senti é única coisa que me satisfazia.

Hoje, tudo isso se apagou dentro de mim, eu não sinto raiva, rancor, nem tão pouco compaixão. A única coisa que cabe dentro do meu peito é uma paixão insaciável e repentina por alguém que está tão longe do meu eu. Eu sempre gostei de fazer comparações com outras pessoas, e sempre surgia uma dúvida: “Será que vai ser sempre a mesma coisa?”. Não tenho mais isso, porque não sei mais oque esperar, não tenho nenhum controle da situação.

Estou tão crente que esse contato aconteceu por puro destino, que me pergunto se pode ser verdade, se é realmente real isso que eu estou vivendo . Há tempos que eu não via o mundo colorido, e nem apreciava a paisagem tão linda e bela ao meu redor, ouvir uma música e repeti-la por várias vezes com a mesma esperança nos olhos e com o mesmo sorriso no rosto.

Chega a doer em pensar que isso pode estar distante, entretanto, a cada dia que passa, a cada “Bom dia”, a cada “Arroz” que é trocado, eu me sinto renovado, tenho a satisfação em dizer que o meu dia ficou completo, que nada mais vai me machucar, nada vai me corroer. E com essa mesma esperança e que eu me deito pensando se o outro pensamento ainda está grudado no meu, se ELA quando se deitar vai querer saber se eu também estou pensando nela. Só queria entrar nos seus sonhos, e dizer que não importe o tempo e o rancor, estou aqui, como sempre estive e explicar que não sei por que razões místicas nós só fomos nos reencontrar agora, aqui, onde tudo começou.